CAPÍTULO 47 – O QUE AS CRIANÇAS PERCEBEM

ANA

Theo sempre percebe antes.

Antes das palavras.

Antes das decisões.

Enquanto eu o ajudava a montar um quebra-cabeça no tapete da sala, ele me olhou de repente e perguntou:

— Você gosta do papai?

Meu coração falhou uma batida.

— Por que essa pergunta?

Ele deu de ombros.

— Porque você sorri diferente quando ele chega.

Corei.

— Eu gosto dele — respondi com cuidado. — Ele é seu pai.

Theo franziu o cenho.

— Não é isso.

Antes que eu pudesse responder, William entrou na sala.

— O que não é o quê? — perguntou.

Theo sorriu, cúmplice.

— Nada, papai.

Eu agradeci mentalmente pela mudança de assunto.

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WILLIAM

Vi Ana sentada no chão com Theo.

A cena era simples.

Mas completa.

— O jantar está quase pronto — avisei.

— Já estamos indo — respondeu Ana.

Ela se levantou e, por um segundo, nossos olhares se cruzaram.

Sem pressa.

Sem fuga.

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ETHAN

Cheguei no meio da tarde.

— Trouxe reforços — anunciei, segurando sorvete.

Th