CAPÍTULO 46 – ENTRE O SILÊNCIO E O OLHAR
ANA
A casa parecia diferente.
Não por algo visível, mas por algo que se sentia.
William estava mais presente… e, ao mesmo tempo, menos pesado.
Sentou-se ao meu lado na mesa da biblioteca enquanto eu revisava alguns exercícios.
— Posso ver? — perguntou.
Assenti.
Ele leu em silêncio.
O silêncio entre nós não era desconfortável.
Era cheio.
— Você melhorou — comentou. — Seu traço está mais seguro.
— Porque agora eu não tenho medo de errar — respondi.
Ele ergueu o olhar.
— Isso muda tudo.
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WILLIAM
Eu não precisava vigiar.
Não precisava controlar.
Bastava estar ali.
Ana se concentrava, mordendo levemente o lábio quando algo exigia mais atenção.
Eu conhecia aquele gesto agora.
Sem perceber, me aproximei um pouco mais.
Não toquei.
Mas senti.
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ANA
Quando percebi o quanto ele estava perto, meu coração acelerou.
— William… — murmurei, sem saber por quê.
— Sim?
— Nada — respondi.
Ele sorriu de leve.
E aquele sorriso…