Capítulo 94
Rúbia
O hospital tinha aquele cheiro de desinfetante que sempre me dava náusea, mas dessa vez não consegui me incomodar. Derrick ficou o tempo todo ao meu lado, com a Mia no colo, e me surpreendeu a forma como ele a segurava. Com cuidado, com firmeza, com carinho. Nunca vi homem daquele tamanho e daquela função tratar um bebê assim. Quando recolheram meu material e o dela para o exame de DNA, ele ajeitou a menina nos braços como se fosse feita de vidro.
De repente, eu percebi: nunca tive alguém tão atento comigo. Nem meu ex, que ficava esperando por eu fazer tudo, nem homem nenhum. Sempre precisei me virar sozinha. Aquela sensação de proteção me desarmava mais do que eu queria admitir.
Na volta, Derrick dirigiu, e vez ou outra eu sentia o olhar dele em mim. Fingíamos que não acontecia — eu disfarçava, virando para a janela, e ele voltava os olhos para a estrada. Mas estava lá.
Quando chegamos em casa, esperei. Ele tinha prometido que me procuraria depois. Só que,