Capítulo 09

Eu não acredito em destino. Nem em acaso.

Acredito que certas pessoas cruzam nosso caminho porque precisam. E não - não estou culpando a vítima.

Só entendo, com mais clareza agora, que fases se formam à medida que o caráter se molda e nossas armaduras, forjadas na dor, se tornam escudos invisíveis.

Desde menina, cresci ouvindo as histórias corajosas dos meus pais - como fugiram apenas com duas malas, coragem e o dinheiro da demissão do meu pai.

Com aquilo, ele comprou madeira, cimento e esperança.

Mesmo morando longe de tudo, ele nunca parou: limpava um quintal aqui, consertava uma cerca ali.

E mesmo com tão pouco, jamais faltou comida.

Nossa horta era viva, como minha mãe costumava dizer - e ela a regava com a mesma delicadeza com que cuidava das flores.

Faz anos que não vejo as orquídeas dela.

Roxas, rosas, amarelas.

Geraldo as arrancou e jogou for a depois de matá-la, como se pudesse apagar qualquer vestígio dela da terra.

Mas ainda sinto o perfume.

Ainda vejo as cores com os olhos
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