A madrugada seguia arrastada, o relógio sobre a cômoda marcava quase cinco e quarenta da manhã. O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave que vinha do abajur ao lado da cama.
Alejandro permanecia ali, sentado ao lado de Natalie, o olhar fixo no rosto dela. Ela dormia, finalmente, depois do efeito dos remédios e do desgaste da noite.
O peito dele ainda doía de raiva, de culpa, de alívio misturado com ódio.
Cada marca no corpo dela era como uma ferida aberta nele.
Malu apareceu na porta, discreta, os olhos preocupados.
— Ela tá descansando… — Alejandro disse, a voz rouca de cansaço.
Malu assentiu, se aproximando devagar.
— Vai ficar tudo bem, Alejandro. Você trouxe ela de volta. Isso que importa.
Ele não respondeu de imediato, os olhos perdidos no rosto adormecido de Natalie. A pele dela estava fria, os traços delicados ainda marcados pelos hematomas.
— Nunca mais… — Ele sussurrou, o tom carregado de fúria contida. — Nunca mais alguém vai encostar nela. Nem se