— Ele vai voltar, Rafaella. — murmurei, sentando ao lado dela na poltrona do quarto hospitalar. A luz artificial deixava tudo ainda mais pálido, mas o semblante dela já carregava uma tristeza maior do que qualquer iluminação fria poderia refletir. — Salvattore não é do tipo que desiste fácil.
Ela segurava a mão do irmão como se aquilo pudesse ligá-lo à vida. A mão grande e fria dele repousava entre os dedos delicados de Rafaella, e era como se, por aquele contato, ela tentasse transferir todo o amor, toda a esperança, todo o desespero de viver sem ele.
— Ele tem que voltar, Chiara. Tem que voltar por mim... pelo nosso bebê. — sussurrou, quase sem voz.
Me abaixei e encostei minha testa à dela, como fazíamos quando éramos meninas em noites de medo. Agora era ela quem precisava daquele consolo.
— Sabe... eu me lembro de quando éramos pequenos. Matteo e Salvattore viviam correndo pelos corredores da Villa, armando pegadinhas para mim e deixando a nonna Giulia à beira de um colapso. Te