A lua estava alta quando deixei o pátio da casa principal. O chamado da floresta sempre foi parte de mim, mas naquela noite parecia mais uma condenação do que um instinto. Carregava a espada às costas, mas o peso dela parecia dobrar a cada passo. Rafael me acompanhava, dois guerreiros atrás de nós. A patrulha deveria ser simples, apenas mais uma ronda pelas trilhas ao norte, onde semanas atrás havíamos encontrado sinais de invasores.
Só que nada parecia simples desde que eu a perdi.
A floresta respirava diferente. O som dos galhos, o farfalhar das folhas, até o cheiro da terra… tudo tinha um ar de ameaça. A cada passo, a sensação de que estávamos sendo observados aumentava.
— Eles querem brincar conosco — murmurou Rafael, atento, o olhar fixo nas sombras. — Não são ataques diretos. São provocações. Estão esperando você fraquejar.
— Eles não vão me ver cair.
A frase saiu firme, mas dentro de mim ecoava como uma mentira.
Avançamos mais alguns metros até que o silêncio se rompeu. Três lo