O sol nasceu devagar naquela manhã, como se também hesitasse em iluminar o que estava por vir. Os primeiros raios pintaram o céu de laranja e dourado, mas dentro da alcateia, o amanhecer tinha gosto de incerteza e até de despedida.
Ninguém dormira direito, como conseguiriam? Estavam prestas a enfrentar a maior luta de suas vidas e seu maior aliado agora fazia parte do exercito oposto.
Lyra não havia fechado os olhos nem por um segundo.
Ela ficou a noite inteira percorrendo a alcateia em silêncio, tocando paredes, passando a mão pelas mesas, observando os jardins. Tudo parecia diferente, cada canto trazia memórias de River, de quando ele ria, de quando carregava Lua nos ombros, de quando os dois se mordiam só para provocar um ao outro. A dor apertava o peito dela como garras, mas Lyra não recuou, não naquela manhã, não agora.
A maior responsabilidade da guerra estava em suas costas guiar a todos em direção a vitória e, principalmente, trazer seu companheiro de volta, puxar River para