A noite chegou pesada.
O ar era denso, carregado com o cheiro de chuva e sangue prestes a cair. A lua cheia brilhava alta no céu, pálida e majestosa, até que, pouco a pouco, a sombra começou a tomá-la.
O eclipse havia começado.
Do alto das muralhas, o som dos lobos ecoava pela floresta, vindo do norte, eram muitos, tantos que o chão vibrava com o peso das patas.
Os portões da Lua Sangrenta estavam trancados. Atrás deles, a tropa de River aguardava em silêncio, todos em posição, o som da respiração misturado ao ranger das armas sendo empunhadas.
Caleb estava atrás da tropa meio transformado, pronto para lutar com tudo o que tinha, os olhos brilhando, as presas curtas, a pele fervendo sob o controle. Ele tentava parecer calmo, mas o cheiro do medo e da raiva era impossível de esconder.
Lá fora, a voz de Atlas ecoou alta, gutural, amplificada pela própria força do eclipse.
— River! — o nome saiu como um rugido, reverberando pelos muros. — Vim buscar o que é meu por direito!
Os lobos da