O sol começava a desaparecer atrás das montanhas, tingindo o céu de tons avermelhados e o vento soprava seco nas terras dos renegados, carregando o cheiro de sangue, metal e fumaça.
A tenda de Atlas estava silenciosa, um silêncio denso, quase sufocante. Ele entrou, afastando o tecido da entrada com um gesto impaciente, o colar com a pedra verde ainda brilhava no peito dele, pulsando como se tivesse vida própria. O brilho estranho refletia no rosto de Lyra, que permanecia caída no chão, o corpo fraco, mas os olhos abertos e atentos.
Atlas se aproximou, a sombra dele cobrindo o corpo dela e, com a ponta da bota, empurrou o ombro da loba, fazendo-a se mover.
— Ainda viva, Luna? — provocou, o tom debochado. — Achei que já tivesse desistido.
Lyra gemeu baixo, tentando levantar a cabeça. A prata das correntes brilhava com as fagulhas da fogueira, e o cheiro do mata-lobos impregnava o ar.
— Um pouquinho de veneno... — ele disse, se abaixando diante dela, os olhos cheios de desprezo. — E a gr