O som metálico dos martelos ecoava por toda a clareira, enquanto a Lua Sangrenta fervia em movimento, onde havia lobos reforçando barricadas, empilhando sacos de areia, verificando munições e equipamentos de comunicação e o cheiro de graxa e terra molhada tomava o ar.
Lua e Caleb estavam sentados em um banco de madeira, um pouco afastados do tumulto, de frente para os jardins que cercavam a casa principal, observando o céu pesado, cinzento, prestes a desabar em chuva, e o vento trazia o farfalhar das bandeiras da alcateia, que tremulavam com força.
Caleb observava tudo em silêncio, os olhos fixos nos guerreiros que passavam apressados e as mãos dele estavam entrelaçadas às de Lua, mas o aperto era tenso.
— Tá tudo mudando rápido demais — ele murmurou, sem olhar pra ela.
Lua virou o rosto, estudando o perfil dele.
— Eu sei.
Ele respirou fundo, o maxilar travado.
— Eu tenho medo, Lua.
Ela o encarou, surpresa.
— Medo?
— É. — Ele soltou o ar devagar. — Medo de não conseguir te proteger