O som dos pássaros do lado de fora era suave, quase distante. Jully abriu os olhos com dificuldade, as pálpebras pesadas. Por um momento, tudo pareceu turvo, a luz entrando pelas frestas da cabana, o cheiro de ervas queimadas e o som baixo de passos ecoando no corredor. Tentou se mover, mas o corpo doía, estava exausta.
— Ei... — A voz veio baixa, calma. — Calma, não se mexe ainda.
Ela virou a cabeça devagar e viu um homem parado ao lado da cama. Cabelos escuros, curtos, um sorriso leve no rosto. Os olhos dele, amarelados, mas gentis, a observavam com cuidado.
— Quem... — A voz de Jully saiu fraca. — Quem é você?
— Meu nome é Bertil. — Ele respondeu, se aproximando um pouco. — Sou do clã das raposas. Você tá segura, tá bom?
Ela piscou algumas vezes, tentando entender.
— Raposas...?
— É. — Ele deu um meio sorriso. — Eu e minha irmã te trouxemos pra cá, seus amigos também vieram, até o grandão.
Jully engoliu seco, olhando em volta, tud era muito bem organizado e os cobertores eram muit