Quando a noite chegou, Tailon passou de fininho pelo quarto de Lua, empurrando a porta devagar e encontrando as duas meninas lá dentro, ele estava suado, os cabelos ruivos meio grudados na testa e o rosto meio vermelho. Correu até lá antes que o pai percebesse, mas sabia que Solomon estava começando a desconfiar das escapadas dele.
— Meia-noite — sussurrou, junto à soleira, encarando as duas. — A gente se encontra na dispensa, nessa hora todo mundo da mansão já vai ter dormido e os guardas que ficam rondando aqui levam um tempo pra passar por lá. Mas não se atrasem, ou vão pegar a gente. — Ele olhou para as duas, demorando um segundo com cada uma. — E, gente… se algo der errado, eu vou colocar vocês na frente e segurar o que vier atrás. Não é heroísmo, é logística, eu corro rápido, mas vocês correm mais.
— Não fala como se fosse dar algo errado — Amber reclamou, porém o canto da boca tremia.
— Não vai — ele disse, e o jeito que olhou pra ela foi despedida e promessa ao mesmo tempo. —