O céu já estava tingido de um azul profundo quando Lua percebeu que não conseguiria mais ficar parada. O quarto parecia pequeno demais, as paredes sufocavam, ela andava de um lado para o outro, os dedos apertando a barra do vestido azul que usava, o coração disparado sem motivo aparente.
Não era ansiedade comum, não era imaginação: era um fio invisível que puxava sua alma para fora, como se alguém gritasse por socorro dentro da própria cabeça dela.
E ela sabia quem era.
— Lua… — Amber chamou, da cama, apoiando o queixo na mão. — Você tá me deixando tonta só de ficar te olhando andar assim.
Lua parou, mas não respondeu de imediato, o peito arfava, os olhos fixos na janela, a essa altura a lua já brilhava lá fora, quase cheia.
— Ele tá machucado — disse, por fim, num sussurro que mal podia ser ouvido.
Amber franziu a testa, se endireitando na cama.
— Quem?
— A fera. — Lua virou o rosto, e os olhos brilhando em um lilás vivo. — Eu sinto, não sei como explicar, mas sinto a dor dele como