O vento gelado descia das montanhas, atravessando os campos como lâminas invisíveis. O exército de Atlas ainda não tinha se movido de onde acampara, mas a tensão que estava no ar deixava até os soldados mais fortes nervosos.
Atlas estava sentado em uma pedra grande, o peito estava nu, mas usava uma calça de linho escura e encarava o acampamento com um olhar de pura fúria, ainda amargo com o que havia acontecido mais cedo. Alguns soldados ainda velavam os mortos, enterrando os soldados que tinham morrido com o ataque da fera. Ao lado dele, um lobo de pelos amarelados aguardava, o corpo grande e musculoso pronto para obedecer.
— Vai até a Lua Sangrenta — ordenou Atlas, a voz baixa, mas tão carregada de poder que fez o outro se encolher por um instante. — Entregue a mensagem ao alfa supremo.
O mensageiro abaixou a cabeça em obediência e a voz dele ecoou na mente de Atlas.
“O que devo dizer, meu rei?”
Atlas sorriu, mostrando os dentes afiados.
— Diga que não adianta me enviar monstros, p