O sol ainda mal havia se erguido no horizonte quando Lyra acordou com o som dos pássaros e o cheiro de terra molhada. As folhas acima dela filtravam a luz fraca da manhã, criando feixes dourados que dançavam ao sabor da brisa. River já estava de pé, em silêncio, terminando de apagar a fogueira e erguer o pequeno acampamento.
— Dormiu bem? — perguntou ela, espreguiçando-se enquanto amarrava os cabelos em um coque frouxo.
River apenas assentiu com a cabeça, os olhos claros desviando dela por um segundo. Ele raramente falava, mas Lyra já se acostumara à linguagem silenciosa do homem.
Eles continuaram a viagem a pé, atravessando trilhas escondidas na mata, cortando entre pedras e raízes como se a floresta os conhecesse. Lyra o guiava pelo caminho que ela sabia ser o correto, mas River estava sempre ao seu lado, atento a qualquer movimento. Era estranho como a terra de ninguém parecia mais calma do que todos faziam parecer na alcateia.
Horas depois, a vegetação começou a rarear, e um cheir