O grande castelo de pedra se erguia solitário no meio das montanhas, mergulhado em neblina e sombras. Suas torres altas quase tocavam as nuvens pesadas, e a bruma da manhã escorria pelas muralhas frias bem devagar, como se ali o tempo tivesse parado. Mas enquanto do lado de fora o tempo parecia parado, dentro a agitação era tanta que fazia parecer não haver tempo suficiente para o que se precisava fazer.
Atlas se preparava.
No jardim interno, dentro dos grandes muros, o alfa já estava transformado. O enorme lobo cinzento, maior do que qualquer outro da sua espécie, ocupava quase todo o espaço, o pelo era grosso, duro, meio encrespado, e os olhos ardiam num vermelho cruel. Ele permanecia imóvel, só a respiração denunciando a força contida, como se aguardasse o momento certo para explodir.
Em volta dele, soldados se organizavam em fileiras, alguns carregavam lanças e machados banhados em prata, outros, já em forma de lobo, avançavam em círculos, testando os músculos, afiando garras cont