Capítulo 4 – Tudo ou Nada

Luna acordou com o toque suave dos lençóis de algodão egípcio contra sua pele nua. A luz da manhã invadia o quarto luxuoso através das cortinas parcialmente abertas. O silêncio era confortável, quente, íntimo.

Por um instante, ela pensou que tinha sonhado. Que tudo não passava de um delírio da sua mente exausta. Mas o perfume dele ainda estava em seu corpo. E o calor de sua presença ainda queimava sob sua pele.

Ela se virou devagar. Leonel estava ali, recostado na poltrona de frente para a janela, com uma xícara de café na mão e os olhos nela. Sem dizer nada. Apenas observando.

— Você está me encarando — murmurou ela, puxando o lençol para cobrir os seios.

— É impossível não olhar — respondeu ele, a voz grave como a noite anterior. — Você é mais do que eu imaginei.

Luna sorriu, meio tímida, meio provocante.

— Você imagina muita coisa, não é?

Ele se levantou, caminhando até ela. Estava apenas com a calça de pijama, o peito nu revelando a força contida de um corpo treinado e desejável.

— Mas com você... nada do que imaginei chegou perto.

Ele sentou-se à beira da cama, tocando o rosto dela com delicadeza, os dedos deslizando até a linha do maxilar.

— Está arrependida?

Ela mordeu o lábio, pensativa.

— Não. Mas estou assustada.

— Comigo?

— Com o que isso pode significar.

Ele abaixou o rosto, roçando os lábios nos dela em um beijo leve, provocante, que mais atiçava do que saciava.

— Não precisa ter medo.

Ela riu, sem humor.

— Você é um homem rico, poderoso. Eu sou só... uma garçonete tentando pagar as contas e cuidar da irmã.

— Você é mais do que isso. Eu vejo isso.

Ela ergueu os olhos, séria.

— Você não me conhece.

— Quero conhecer.

— E quando conhecer, vai cansar.

Ele sorriu, desafiador.

— Testa essa teoria comigo.

O carro de Leonel a deixou na frente da pensão poucas horas depois. Ele insistiu para que ela ficasse o dia inteiro, mas Luna precisava voltar à realidade — por mais tentadora que aquela fuga fosse.

— Vai me evitar agora? — perguntou ele, com um meio sorriso.

— Talvez.

— Não vou deixar você escapar fácil, Luna.

Ela saiu do carro com o coração acelerado, sentindo-se parte de um mundo que nunca foi seu... mas que começava a desejá-la.

Naquela tarde, Luna lavava a roupa de Lívia na lavanderia comunitária da pensão quando recebeu uma mensagem.

Leonel: Hoje, às oito. Jantar comigo. Nada de desculpas.

Ela digitou rápido:

Luna: Você sempre consegue o que quer?

A resposta veio em segundos.

Leonel: Só quando quero muito.

Ela fechou os olhos, sentindo o corpo responder antes da mente.

O jantar foi em um restaurante francês reservado só para eles. Velas, música baixa, e o olhar dele preso no dela a noite inteira.

— Seus olhos mudam de cor quando você está com raiva — disse ele, sorrindo.

— E você gosta de provocar isso em mim?

— Gosto de tudo em você. Mas quando você briga... fica ainda mais linda.

Ela riu, balançando a cabeça.

— Você j**a sujo.

— Eu jogo pra ganhar.

Mais tarde, quando chegaram à cobertura novamente, ela tentou recuar.

— Não podemos fazer disso um hábito.

— Eu sei — respondeu ele. — Mas me diga que você não quer.

Ela hesitou. Ele avançou, encostando-a contra a porta, os lábios descendo até sua clavícula.

— Diga que não quer isso, Luna... e eu paro agora.

Ela tentou resistir. Tentou encontrar forças. Mas quando ele puxou sua cintura, roçando os corpos, ela perdeu o controle.

— Você é perigoso — sussurrou ela.

— E você é viciante.

O beijo veio como uma explosão. Urgente, desesperado, real. Eles se tocaram como se o mundo fosse acabar em segundos. Roupas foram jogadas no chão como obstáculos inúteis.

Aquela noite foi ainda mais intensa.

Mais do que desejo.

Mais do que prazer.

Era conexão. Era fogo. Era o início de algo que nenhum dos dois conseguia mais controlar.

E quando os corpos cansados repousaram sob os lençóis, Leonel segurou a mão dela.

— Agora é você que está presa a mim, Luna.

E ela sabia.

Sabia que era verdade.

Mas não sabia o quanto isso ainda iria custar.

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