O quarto ficou em silêncio. Um silêncio carregado, denso, como se cada objeto ao redor sentisse o peso da revelação.
Leonel deu dois passos para trás, o olhar perdido no papel que Luna segurava com as mãos trêmulas.
— Você tem certeza? — a voz dele saiu num sussurro, como se tivesse medo da resposta.
Luna assentiu, os olhos marejados.
— Está tudo aqui. O exame, o nome... a letra da minha mãe na margem da folha dizendo “a verdade que um dia ela descobrirá”. — Ela engoliu em seco. — E agora eu descobri.
Leonel levou a mão à nuca, desviando o olhar. Seu mundo parecia desabar. Tudo o que havia sentido por Luna, cada gesto, cada toque, cada desejo... agora estava envolto em um nevoeiro incestuoso e cruel.
— Isso muda tudo... — ele murmurou, mas sem convicção.
— Não muda o que sentimos — ela rebateu, a voz firme, mesmo enquanto lágrimas escorriam. — O que vivemos não foi um erro, Leonel. Não pode ter sido. Nós não sabíamos.
— Mas agora sabemos — ele retrucou, com um tom mais duro do que que