A noite estava pesada. Não pelo clima — o céu, embora escuro, estava limpo —, mas pelo peso invisível que pairava sobre Luna. Ela não conseguia dormir. O corpo de Leonel ainda ao seu lado, o calor dele presente, mas os pensamentos dela estavam distantes, mergulhados em lembranças, dúvidas e medos.
Levantou-se devagar, tentando não acordá-lo. Vestiu a blusa de moletom e calçou os chinelos. Precisava de ar. De respostas. De silêncio.
Saiu da pousada e caminhou pelo pequeno jardim que contornava o estacionamento. O vento leve bagunçava seus cabelos, e a lua parecia observá-la com atenção.
Do outro lado da rua, no carro preto, o homem tirou uma foto com o celular. Enviou por mensagem e recebeu a resposta em segundos:
“Confirmação. Traga-a viva. Nada de escândalos.”
Ele guardou o celular, saiu do carro e começou a andar, silencioso, como uma sombra.
Luna parou perto de uma árvore, respirando fundo. Pensou na mãe. Em Isa. Em tudo que ela teve que suportar sozinha.
Se César era mesmo seu pai