O homem caiu aos pés do palco com um baque surdo, enquanto os gritos ecoavam pelo salão. Convidados recuavam, outros se aproximavam, curiosos, famintos por um escândalo. Luna desceu correndo, ajoelhando-se ao lado dele, os olhos fixos naquele rosto que parecia guardar todas as respostas que ela procurava.
— Alguém chame um médico! — gritou Leonel, empurrando os curiosos. — Agora!
O homem, de olhos semicerrados, segurou o pulso de Luna com força surpreendente.
— Procure por… Augusto Lemos… ele sabe… ele era… — sua voz falhou, a respiração irregular — …seu verdadeiro pai nunca soube…
Luna congelou.
— Como assim? O que você quer dizer? Quem é meu pai? — a pergunta saiu em desespero, mas o homem apagou.
Rafael apareceu com dois seguranças, mandando afastarem a multidão. O corpo foi retirado rapidamente por paramédicos, mas o que restou no salão foi um silêncio pesado, denso como tempestade prestes a desabar.
César Bragança, do alto da sacada, desceu lentamente os degraus, como um general