O silêncio na sala de reuniões do Grupo Bragança era espesso como névoa. Em cima da mesa de madeira escura, os documentos trazidos por Leonel estavam dispostos com cuidado, como provas de um julgamento silencioso. Alexander folheava os papéis com expressão impassível, mas seus olhos denunciavam a tempestade interna. Ao seu lado, Luna mantinha as mãos cruzadas no colo, o maxilar levemente tensionado.
Leonel, por sua vez, permanecia em pé, distante da mesa, como se soubesse que cada palavra sua estava sendo avaliada com uma lupa.
— Isso aqui — disse Alexander, levantando um dos papéis — é a movimentação de uma conta offshore nas Ilhas Virgens. Em nome de uma empresa fantasma... que por acaso é fornecedora de sistemas de segurança para prédios públicos em cinco estados. E que coincidentemente recebeu mais de 12 milhões em um único semestre.
— Essa empresa — complementou Leonel — pertence ao mesmo grupo que financiou campanhas eleitorais de dois deputados envolvidos na CPI das empresas. E