Isabel segurava o envelope com luvas. Não por medo de impressões digitais, mas por puro fetichismo de poder. Adorava a sensação de manipular segredos com a ponta dos dedos.
— Você tem certeza que isso é real? — perguntou ela ao investigador que contratara.
— Absoluta. O laudo é autêntico. A assinatura do cartório é original. E, veja... — ele apontou o verso da certidão — ...a alteração no nome foi feita a pedido da mãe. Pouco depois do nascimento da menina.
Isabel sorriu com o canto dos lábios.
— Luna Duarte... não é quem pensa que é.
Ela puxou um gole longo da taça de vinho e encarou o documento. Nele, lia-se com clareza:
Nome do Pai: Leônidas Bragança.
Sim. O patriarca. O falecido fundador do império Bragança.
Pai de Leonel.
Luna... era meia-irmã de Leonel.
O mundo parou por um segundo.
— Isso... isso pode destruir a reputação dele. Se isso vier à tona, vão acusá-lo de incesto. Mesmo que não tenham crescido juntos, o escândalo vai arruinar os dois — comentou o investigador, quase co