O bilhete repousava sobre a mesa de Luna como uma ameaça silenciosa, um sussurro do passado que se recusava a desaparecer. A caligrafia era firme, sem floreios, como se escrita por alguém meticuloso, frio… e próximo.
“Nem tudo que brilha é luz. Cuidado com quem está mais perto do que você imagina.”
Luna releu aquelas palavras incontáveis vezes ao longo da tarde. A sensação de ser observada voltava a se infiltrar, e, pela primeira vez em semanas, ela se sentiu vulnerável.
Na sala ao lado, Leonel coordenava as últimas tratativas com os advogados antes de oficializarem a denúncia contra André Silveira. Quando Luna entrou, segurando o bilhete entre os dedos, o ambiente pareceu congelar.
— Isso foi deixado para mim — ela disse, entregando o papel.
Leonel leu, os olhos endurecendo à medida que absorvia o conteúdo.
— Acha que isso está ligado ao desvio?
— Acho que estamos lidando com mais do que só um golpe financeiro. Alguém está tentando nos desestabilizar por dentro.
Leonel apoiou os punh