A manhã chegou com uma neblina densa cobrindo os vidros da fachada da fundação. O ar carregava uma tensão silenciosa, como se o próprio prédio soubesse que algo se aproximava. Luna chegou cedo, como de costume, mas com passos mais firmes, o olhar atento a cada movimento ao redor.
Na sala da diretoria, Leonel já revisava relatórios. Não dormira bem, mas mantinha a compostura de sempre — olhos atentos, que alternavam entre os documentos e o celular, à espera de atualizações sobre o entregador do bilhete.
— Bom dia — disse Luna ao entrar, e ele sorriu ao vê-la.
— Está mais bonita a cada dia que passa. — A voz dele era baixa, como um bálsamo para as preocupações.
Ela caminhou até a mesa, parando ao seu lado.
— Mesmo com essas olheiras de quem dormiu duas horas?
— Especialmente com elas. Mostram que está enfrentando tudo de cabeça erguida.
Luna sentou-se à frente dele, ajeitando as mangas do blazer.
— Júlia me ligou. Os sistemas internos captaram uma tentativa de acesso ao banco de dados d