O tempo parecia correr. Ela cuidava de Isabela, mantinha a rotina da casa, mas, vez ou outra, percebia os olhares de Joaquim se demorando sobre ela durante o café da manhã ou à noite, quando a filha já estava dormindo. E, por mais que tentasse se convencer de que tudo era formalidade, não podia ignorar a tensão sutil que se intensificava a cada dia.
Era madrugada. A casa estava mergulhada num silêncio profundo, interrompido apenas pelo som suave dos passos descalços de Alina descendo para a cozinha. Ela estava com sede e, sem pensar muito, ves-tiu um pijama leve – shorts curtos e uma blusa simples – e seguiu pelo corredor mal iluminado.
Assim que entrou na cozinha, concentrou-se em abrir o armário e pegar um copo. Porém, ao virar para a pia, o coração disparou. Joaquim estava lá. Encostado casualmente no balcão, vestindo apenas uma cal-ça de moletom, os músculos bem definidos e o porte másculo destacados pela luz fraca. Alina não perce-beu sua presença até aquele instante.
— Ai! — E