A noite havia se aprofundado em silêncio. O fogo da clareira tinha se apagado, mas a lua ainda observava tudo de cima, solitária e pálida. Brianna caminhava lentamente entre as árvores, sentindo em seu corpo as marcas da noite anterior — não apenas na carne, mas na alma. Peter havia deixado nela um calor primitivo, algo que ainda ardia sob a pele.
Mas o frio que se aproximava era outro. Mais sutil. Mais perigoso.
Ela o encontrou onde sempre esperava encontrá-lo: na sombra de si mesmo.
Klaus estava sentado sobre uma pedra coberta de musgo, os cabelos soltos e a camisa negra desabotoada até o peito. Os olhos vermelhos, mesmo sob controle, pareciam úmidos.
— Eu pensei que você escolheria ele — disse ele, sem olhar para ela. — Pensei que era isso. Que a fera havia vencido o monstro.
Brianna se aproximou em silêncio. Parou diante dele e tocou seu rosto. O frio era aparente, mas não o afastou.
— Eu não escolhi ninguém. Porque eu pertenço aos dois. E você sabe disso melhor do que ninguém.
El