O tempo seguiu seu curso silencioso, como as águas de um rio que já não teme a correnteza. Depois da travessia de Lyara, o mundo não voltou a ser o mesmo — e, de certa forma, isso era uma bênção.
As linhas mágicas se mantiveram vivas e harmoniosas, como se a presença dela tivesse curado cada rachadura. A paz reinou não por imposição, mas por escolha. E a cada ciclo da lua, as sementes de esperança plantadas com sangue e coragem floresciam um pouco mais.
Brianna, Peter e Klaus permaneceram juntos, unidos por algo que nem o tempo nem a dor puderam apagar. A antiga torre dos Silver se tornara lar, santuário e escola. Crianças órfãs, jovens sensíveis à magia, viajantes e até velhos guerreiros encontravam ali abrigo, ensinamentos e descanso.
Foi então, alguns anos depois da despedida de Lyara, que a vida se curvou diante deles mais uma vez — oferecendo não um milagre, mas dois.
O primeiro veio de Klaus.
O menino nasceu numa noite silenciosa, envolto em uma névoa suave que cobria o bosque