Evie Beaumont não compreendia os sonhos constantes com um monstro sanguinário da floresta mais assustadora de seu vilarejo, sequer poderia entender sua ligação com as íris negras que a faziam se arrepiar. Fadada a viver uma vida infeliz, Evie deixa para trás o misterio dos sonhos para resolver um problema real: estar noiva de um homem desprezível. Em meio a seu noivado, a garota descobre que sua vida foi uma grande mentira e, durante a tristeza, se perde na vasta floresta de neve. Lá, o que era sonho se torna realidade e a fera assustadora enfim aparece para preda-la...entretanto para sua surpresa ele a deixa viver. Mas Evie está convencida de que precisa eliminá-lo de seu vilarejo e fará de tudo para captura-lo! Enquanto isso, do outro lado do muro da floresta humana, há um rei amaldiçoado prestes a sequestrar uma humana que deveria matar.
Ler maisCORTE DO AR- HÁ 50 ANOS
Ele encarava seu reflexo observando como suas íris destilavam ódio. Um criado ajeitava seu terno branco enquanto Troye analisava ao redor, com um ar enojado. De sua janela conseguia ver as grandes torres de pedra infestadas de soldados armados e os muros decorados de rosas vermelhas com fadas do fogo enfeitando seus portões. Sentia o cheiro do pó mágico invadindo suas narinas e ouvia as criaturas das três cortes chegando em seus portões. O vento forte sussurrava em seus ouvidos que os minutos estavam passando rápido demais e que o tempo não possuía paciência alguma diante de sua situação. Troye odiava tudo o que seus olhos capturavam. Seu castelo estava com a decoração mais feia que já tinha visto e seus criados já não eram mais os mesmos. A rosa tatuada em seu pulso estava quase aberta por completo e o impaciente tempo estava prestes a terminar. Quando a coroação chegasse, seria seu fim. O fim de sua vida. O fim de seu reinado. Ninguém gostaria de ter um monstro como soberano. Sua frustração o consumia, assim como o medo. Troye mirou os olhos naquele que estava lhe tocando. O criado lhe dava nojo. Como alguém pode ansiar trabalhar para o futuro rei não consegue ao menos arrumar um terno com pressa? Ele devia mandá-lo embora, mas sua arrogância, como disse a bruxa, já tinha o colocado em uma situação difícil. Deste modo, o futuro rei se controlou deixando que o vento lhe contasse histórias do vilarejo próximo. Apesar disso, Troye também podia ouvir o barulho dos ponteiros invadindo sua mente como se gritassem que a hora de sua transformação grandiosa estava chegando. Ele não precisava que ninguém o lembrasse de seu destino fracassado. Olhou novamente para o espelho. Troye Wright. O futuro rei da corte do Ar, que logo seria levado à ruína quando a coroa de ouro fosse posta em sua cabeça. Com um suspiro dolorido seu maior medo começava a crescer. Ela estará lá, a bruxa. Troye sentia que ela estaria lá apenas para zombar de seu próprio feito, com seus dentes podres e aparência horrível. Entretanto Troye não poderia mais falar sobre aparências já que estava prestes a se tornar algo abominável. — Saia— Pediu a seu criado. A criatura idosa ergueu a cabeça com dificuldade, engolindo em seco e piscando seu único olho. — O terno não está pronto, senhor —Disse ele com a voz trêmula. —Mandei SAIR!— Berrou lhe dando um tapa.O pobre criado choramingou e se levantou com certa dificuldade. Troye teria que mandá-lo embora. Depois que ficou sozinho, se lembrou detalhadamente de como conheceu a bruxa. Ele a odiou no momento em que a viu. Seu sorriso traiçoeiro, as garras de ferro...Ele devia ter percebido que uma maldição cairia sobre ele apenas por observá-la. Troye estava do lado de fora dos portões na cavalaria, conferindo seus guardas. Ele nunca saia de sua fortaleza de pedra, mas naquele dia sentiu que precisava verificar algo. A bruxa estava nas grades do portão quando ele chegou. Seu sorriso era largo como se tivesse prestes a matá-lo. — Bom dia, futuro rei— Disse a velha, produzindo um som engasgado que provavelmente era uma risada. Troye se sentiu enojado por estar respirando o mesmo ar que aquela velha enrugada. O mesmo encarou-a dos pés à cabeça, observando as unhas de ferro sujas e os cabelos espichados. Odiava bruxas, principalmente as miseráveis. —Saia do meu portão— Disse o futuro rei de modo seco— Pessoas como você não deveriam ao menos se incomodar em encostar nas grades de meu castelo. A velha não pareceu ofendida, inclinou a cabeça para trás e soltou uma risada estranha. — Vim lhe pedir apenas um pouco de comida— Troye fez uma careta ao ver novamente os dentes podres— Um pouco de pão e água não lhe fará falta, eu acredito. Ele olhou para seus guardas e novamente para a velha enrugada. Não lhe daria uma migalha de seu pão macio ou um gole de sua água. A culpa não era dele se a mulher era uma necessitada. Sua fome e sede também não eram de sua conta. O futuro rei deu um sorriso irônico e lhe deu as costas, seguido de seus guardas. A velha resmungou e disse com a maior calma: —Sua arrogância e má vontade ainda vão lhe prejudicar, meu caro — Troye se virou e dessa vez estremeceu com a ameaça — Sua hora chegará. Ele engoliu em seco e continuou seu caminho de volta. O restante do dia, Troye pensou no que a velha disse, como se fosse uma praga encantada. Mas as bruxas negras estavam muito longe do castelo para se darem o trabalho de chegar até sua grade apenas para amaldiçoá-lo. Era apenas uma bruxa branca inútil tentando assustá-lo. Troye desistiu de se preocupar com pouca coisa, mas a noite logo chegou e com ela a maldição. O vento soprou forte através de sua janela, assim como um barulho alto de trovão ressoou, estremecendo sua pele. Troye se sentou na cama e acendeu a vela, a mesma se apagou com um sopro lento do vento da noite. Ele estava no escuro, sozinho. O herdeiro respirou fundo, tentando enxergar através da escuridão. Sem sucesso, se aproximou da janela, onde a claridade da lua não o fazia sentir-se temeroso. Assim que se aproximou, um vulto surgiu, assustando-o como um garotinho. A mulher apareceu em sua frente como uma assombração. Ele sentiu sua respiração acelerar quando a bruxa enfim apareceu . Os olhos esbugalhados não possuíam íris, apenas escuridão e vazio. Os braços magros e enrugados possuíam marcas que iluminavam o quarto inteiro. Rosas. Troye reconheceu os desenhos assim que se recuperou da surpresa. Diversas rosas espalhadas pelos braços e pernas. —O que está fazendo aqui?—O homem se mexeu, tentando chamar seus guardas, que já deviam ter impedido a estranha de entrar. — Sua hora chegou —Ele estremeceu quando a velha sorriu. Uma queimação incomoda atingiu o futuro soberano. Em seu pulso uma rosa surgiu. Troye arfou e sacudiu o braço em uma tentativa inútil de parar a magia. Em poucos segundos a marca estava pronta e o desenho ficava nítido e permanente. Era o caule de uma rosa com espinhos e suas pétalas estavam todas fechadas. Troye parou de respirar por um momento sentindo o corpo tremer sem controle algum. Seus pelos estavam arrepiados, assim como o bater frenético de seu coração era tão alto que o rei conseguia ouvi-lo. O vento estava descontrolado, gritando em seus ouvidos um aviso que naquele instante Troye não conseguia entender. — Você é mais fraco do que pensei, futuro rei—A bruxa continuava a falar — Sou a rainha da Torre Negra, e lhe rogo esta maldição. Sua coroação está chegando, e com ela seus piores medos. — Quem é você? Eu ordeno que tire isso do meu corpo!—Rugiu Troye quase em lágrimas. A bruxa sorriu falsamente triste. — Você não me dá ordens. Agora ouça. Quando a coroa for posta em sua cabeça, sua aparência mudará, e a… — Riu a bruxa abertamente— Será pior que uma velha enrugada, como eu. Você se tornará o que é por dentro. Um monstro! Uma fera! — Do que você está falando? Não seja maluca!— Troye só podia estar sonhando. A bruxa soltou uma de suas risadas esquisitas. — Uma fera, meu caro — Disse ela — Lembre-se disso. —Não!— Gritou ele— Não pode me transformar em uma fera, eu sou o futuro rei! A bruxa que já estava de costas, se virou para encará-lo novamente. —Tem um jeito do feitiço ser revertido. As rosas de seu pulso vão se abrir — Disse de forma calma e soberba— Até lá, ache alguém que te ame pelo que você é. Você tem até a sua coroação para achar esse alguém. Se continuar agindo de forma arrogante, o feitiço nunca irá se quebrar. Troye engasgou um soluço. — Eu não sou arrogante!—Berrou ele. Ela trincou os dentes. — Sua teimosia já lhe prejudicou demais, rapaz —As luzes de suas marcas começaram a desaparecer — Não deixe que a situação piore. E então ela se foi. A luz da vela reacendeu magicamente e Troye se encolheu na cama encarando a marca que agora possuía em seu pulso deixando lágrimas grossas escorrerem por seu rosto. Saindo de suas lembranças, o herdeiro trincou os dentes, evitando o medo.O dia da coroação havia enfim chegado e ele permanecia isolado. O herdeiro não via motivos para achar alguém que o amasse. Ninguém o amava e ninguém era digno de seu amor. Ele odiava esse sentimento mentiroso e venenoso. Então decidiu enfrentar seu destino. O badalar alto do relógio foi o último som nítido que Troye escutou antes do vento invadir seu quarto, gritando e suplicando para que o príncipe não a encontrasse. Entretanto, ele não deu ouvidos a seu dom de sangue e seguiu até a porta de seu quarto, pronto para enfrentar sua sina. Sua maldição. Quando saiu de seu quarto, andou lentamente pelos corredores decorados por diversas flores silvestres, plantadas especialmente por sua mãe. Uma pontada de dor afetou o coração do príncipe com a lembrança, mas ele se manteve firme percorrendo o castelo branco. Cada corredor possui uma lembrança dolorosa, assim como segredos sangrentos que Troye por muitos anos não imaginava existir. Mas eles sempre estiveram lá, escondidos, corroendo seus soberanos até que não lhe sobrasse ninguém. Troye não conseguia enxergar de verdade o que estava a sua frente. Não viu seus guardas a postos, vestidos com uniformes cerimoniais. Não enxergou a decoração brilhante de rosas vermelhas destacadas pelas pedras preciosas cor de gelo. Não ouvia sua criada lhe chamar para mostrar o caminho correto, onde devia entrar com as vestimentas reais feitas especialmente para sua gloriosa coroação. Seu corpo seguia inconscientemente todas as instruções, mas seus olhos estavam opacos, longe do castelo de rosas. Longe da realeza. Longe do vento. Troye estava longe de tudo que significava seu sangue. Estava preso em algum lugar de si que nunca havia alcançado. Sentia-se um boneco controlado por forças desconhecidas. Muitas mãos estavam em si, arrumando qualquer imperfeição que pudesse ser aparente. Sentiu o peso da túnica vermelha ser colocada em seus ombros e alguém lhe deu os instrumentos reais banhados a ouro. Sem perceber, Troye estava caminhando até a porta do salão, prestes a entrar em sua cerimônia. Então quando se deu conta, a imensa porta marfim se abriu, revelando um salão gigantesco. Várias criaturas o esperavam. A maioria da corte, como duques, lordes, damas reais, rainhas do gelo e do fogo. Alguns seres elementares e ciclopes. Ele não viu a bruxa, mas o herdeiro não via muita coisa, já que sua mente estava turbulenta. Deu um passo lento, pousando os olhos no fim do tapete de veludo, estendido para que caminhasse. Lá estava ele. O trono. A respiração de Troye falhou por um breve momento, sentindo enfim um silêncio abrupto invadir o local. O vento já não gritava em seus ouvidos, as vozes e barulhos do salão não lhe chamavam atenção. Existia apenas o silêncio. O terrível silêncio que fez Troye perceber aonde estava indo. Sentiu-se como se tivesse controle de seu corpo novamente. Se sentiu como seu antigo eu. Como alguém não corrompido. Mas a sensação durou apenas por um mísero minuto, pois o futuro rei foi inundado pelo barulho do mundo, fazendo-o se lembrar do que era no agora. E do que estava prestes a se tornar… Troye caminhou até seu trono com os pensamentos novamente nublados. As pessoas comentavam, riam, pareciam genuinamente felizes. Mas o príncipe atravessava o salão com gotas de suor caindo em sua testa e um zunido alto soando dentro de seus tímpanos. Não possuía foco, apenas caminhava até sua coroa. Quando chegou a seu destino, foi ovacionado por seus súditos. Eles confiavam em si, viam um futuro bom para o reino. Se soubessem o que o destino lhes preparava… um banho de sangue incontrolável. Troye sentia o gosto amargo na boca. O gosto da decepção. Passou toda cerimônia aguardando a aparição da bruxa, não conseguindo prestar atenção em nada que não fossem as palavras ensaiadas e promessas vazias que fazia como próximo soberano. Ele era uma farsa. O ciclope baixinho que realizava a cerimônia o abençoou pegando a coroa de ouro. Troye respirou fundo observando o objeto amaldiçoado. Todos os olhos estavam em si com expectativas enormes que Troye não poderia cumprir. E então, a coroa foi posta em sua cabeça. Neste momento o relógio soou tão alto que calou todos os convidados. Troye sentiu a tatuagem se modificando então passou a observá-la, com lágrimas se formando inconscientemente em seus olhos. A rosa se abriu por completo, nascendo como uma flor gloriosa em um jardim infértil. Assim como a rosa, Troye nasceu de novo. Naquele instante, ele havia dado vida a uma parte de si que nunca mais iria embora. Com as mãos trêmulas, o agora soberano encarou todos que estavam fazendo os votos a si. Reverenciado-o, com felicidade e esperança. Esperança em si. Troye saiu correndo do local. O grande rei suava frio quando chegou aos corredores. Retirou a túnica e o paletó branco que vestia e deixou a coroa de ouro perto de uma estátua.O corredor estava estranhamente vazio, embora existissem muitos guardas naquela região do palácio. Troye respirava com dificuldade, sentindo os pulmões queimarem e o estômago doer. As mãos começaram a tremer e os dentes rasgavam suas gengivas dando origem a presas pontudas e afiadas. Troye sentiu as unhas virarem garras, acompanhadas de mãos peludas e, sem que pudesse controlar, um filete de sangue escorreu pelo seu queixo após morder a própria língua. Em meio a seu desespero, som de sapatos soaram alto preenchendo todo o cômodo. A barra do vestido preto foi a primeira coisa que o rei enxergou. Em seguida subiu o olhar para uma mulher espetacular que possuía um sorriso vitorioso. — Boa noite, rei —Zombou ela — Parece que sua hora realmente chegou. Troye sentiu a garganta se fechar ao perceber que a mulher era a bruxa. Seus cabelos eram pretos e longos, combinando com o vestido rendado. Os olhos eram de um verde brilhante e o sorriso foi o que mais impressionou. Largo, branco, perfeito… Ele não conseguiu falar, pois seus caninos ainda lhe atrapalhavam. A dor da transformação o incomodava, mas seu coração se partiu quando sentiu seus poderes desaparecerem. Era tudo que ele tinha. Era a única lembrança que havia ficado de sua linhagem. —Talvez não me reconheça, então vou fazer uma apresentação completa —A mulher se abaixou e sorriu — Sou Amhélydha, soberana da Corte das Bruxas. Primeira e única herdeira da Torre Negra. Troye não conseguiu falar novamente. A mudança radical de seu corpo tomava toda sua atenção. Mas ele sabia que não haveria voltas. Ele soube no instante em que se recordou do nome anunciado. — Eu tenho uma proposta para você.Amhélydha observou os portões do palácio. Estava com um gosto de triunfo ao perceber que havia conseguido convencer Evie a se encontrar com ela. A rainha Clarissa já havia concordado em ajudá-la a fazer Troye sofrer. E a bruxa queria vê-lo sofrer mais do que ninguém. Se virou em direção a floresta seguindo caminho até seu império.A mulher quase arrancou o coração da garota ali mesmo, sentindo ódio por aqueles olhos inocentes e bobos. Porém sabia que não podia fazer isso. Queria faze-la sofrer antes de matá-la. Por isso fez uma promessa junto com Clarissa e estava mais do que pronta para cumprir.“Será que eles já estãoapaixonados um pelo outro?”Não. Claro que não. Evie ainda tinha o mesmo olhar assustado no rosto, querendo desesperadamente fugir do castelo. E mesmo que estivessem apaixonados, não seria um problema para ela. Pois Amhélydha nunca perdia.A bruxa estava cansada de suas tentativas fracassadas de tentar executar a garota, pois Troye encontrava um jeito de interferir e sa
Evie não suportava mais seus próprios suspiros arrependidos. A garota encarava o teto de seu quarto enquanto avaliava o quanto havia tagarelando naquele jantar infeliz. Como ela pode contar a ele sobre sua história? Ela sabia que havia revelado tudo aquilo porque esperava que ele se sentisse encorajado a contar a sua própria história. Entretanto, apesar do plano mal elaborado, Evie se surpreendeu ao perceber que revelar tudo aquilo pareceu fácil. Foi até um pouco reconfortante poder falar tudo que estava guardado dentro de seu coração a tanto tempo. O que a atormentava, era ter esquecido só por um momento que era com a fera que compartilhava informações pessoais. Apesar disso, sabia que ele não era o monstro que todos temiam. Era alguém controlado por uma bruxa que por algum milagre não a matou.Algum milagre não. Foi ele quem a protegeu. Evie esperneou na cama, grunhindo como uma criança, cansada de seus sentimentos tão controversos. Não sabia como deveria enxergar Troye Wright. E
Evie acordou com a luz do sol batendo em seu rosto. Sentia seus ossos doloridos e a respiração pesada lhe causava dor. Ela observou a decoração exótica do quarto ao seu redor e se recordou de toda situação antes de cair desmaiada.Em um impulso de tentar se proteger, Evie se levantou rapidamente, assustada. Porém foi um erro terrível, pois suas costas se revoltaram totalmente com a ideia, fazendo-a cair novamente na cama com um gemido de dor. A garota respirou fundo, se ajeitando no colchão e relembrando o momento de sufoco que teve naquele porão. A pior dor que já havia sentido. Aquela mulher havia lhe tirado o ar dos pulmões e ainda assim, ela conseguia ver tudo ao seu redor. Conseguia sentir a dor insuportável ao em vez de morrer.Ela seria queimada viva!Aquela megera disfarçada de Aclendy de algum modo não gostou nada de Evie ter sobrevivido a seu ataque naquela noite. Foi então que a mesma fungou e se recordou de Troye retirando-a daquele local mórbido. A garota infelizmente se
Evie estava no banho se preparando para o jantar. A garota se prometeu não atear fogo em mais nada, mas ainda assim temeu esse encontro. Troye era um sujeito muito peculiar, não só por causa da fera em si, mas pelo misterio que sombreada seu olhar. Aclendy terminou de abotoar seu vestido e lhe pediu desculpas por mais cedo. —A senhorita me contou a verdade—Evie disse—Não tem nada do que se desculpar. Aclendy respirou aliviada e terminou seu trabalho. O vestido era em tom azul. Com mangas ombro a ombros decorado com pequenos desenhos azuis claros. Evie tinha que admitir que era um vestido muito elegante, porém ela não de tantas roupas luxuosas que não eram de fato suas. Ainda assim, ela agradeceu Aclendy e seguiu em direção ao salão de jantares. Ao entrar pela porta, viu a figura de Troye sentado na ponta da mesa. Evie andou hesitante e se sentou do lado oposto do rei, engolindo em seco. O rei acenou com a cabeça em um cumprimento frio e vago e começou a comer. Seus olhos obser
Evie parou de soluçar depois de algum tempo. Os olhos amistosos de Troye ainda estavam gravados em sua mente. Ela até havia se esquecido, por um momento, de que chorava por culpa dele, por ele ter feito ela perceber as coisas como são. A menina de alguma maneira acreditou quando ele disse que não iria machucá-la. Seus olhos exalavam verdade e doçura. Naquele momento, Evie estranhou o fato do homem ser mesmo a fera que dizia ser, mas assim que ele negou seu pedido de saída, soube exatamente que nunca sairia daquele castelo. E que ele realmente era uma besta. E ela…sua prisioneira. Evie se levantou da cama e decidiu sair do quarto. Quando abriu a porta, conferiu se não havia ninguém por perto, estranhando o fato de um lugar tão grandioso estar totalmente vazio. Ela saiu pelos corredores a fim de encontrar algo que a fizesse esquecer dele e de todos os seus entes. Se não pudesse fugir do castelo — ainda — ela gostaria de explorá-lo para se informar onde estava. A garota não se
Observar tão de perto as íris que a perseguiam, fez seu corpo inteiro arrepiar. Instantaneamente sentiu o toque em seu cotovelo queimar sua pele e o coração, já afoito, bateu tão rápido que ela podia ouvi-lo. Com os olhos arregalados, Evie gritou tentando, sem sucesso, se afastar do toque estranho.Aquele mesmo homem era o monstro a quem seus pesadelos pertenciam. Um homem que virava fera! Ela tentou se soltar,mas quanto mais se mexia, mais se notava a força do homem.Evie parecia uma boneca se remexendo nas mãos do dono. —Me solte— Implorou aos berros. Ele não soltou. A arrastou sem dificuldade alguma de volta ao castelo com o semblante sério e cansado. O homem tornou a encara-la quando ela se cansou e parou de se debater. —Não vou machucá-la— Garantiu com um suspiro quase entediado. Evie não acreditou em nenhuma palavra que saia de seus lábios, mas sabia que não se soltaria dele se debatendo com desespero. Ela tentou regular sua respiração enquanto as portas principais s
Último capítulo