A chuva fina cobria os vidros do carro enquanto Rafaella via a estrada desaparecer diante dos seus olhos. A perna latejava com uma dor constante, o corte aberto começava a infeccionar. A mansão dos Santos surgiu no horizonte como um castelo sombrio, envolto em silêncio.
Quando o portão se abriu, Rafaella sentiu um calafrio. Era como atravessar o limiar de uma prisão.
Dois seguranças a ajudaram a descer. Não com gentileza, mas com firmeza. Bruno já os aguardava na varanda. Braços cruzados, expressão impenetrável.
— Leve-a para o quarto. — disse ele, sem sequer olhá-la nos olhos.
A governanta, Sílvia, a acompanhou em silêncio até a suíte. Rafaella mancava, tentando esconder a dor, mas a ferida estava quente, pulsando.
— Tome um banho. Depois o Sr. Bruno quer vê-la. — disse Sílvia, deixando toalhas sobre a cama.
Rafaella apenas assentiu, engolindo o choro. Ao entrar no banheiro, viu o próprio reflexo: pálida, abatida, com o moletom rasgado e sujo de terra. Estava irreconhecível. Tomou um