O sol mal havia nascido quando o alvoroço tomou conta da Fazenda dos Santos. Funcionários corriam de um lado para o outro. Gritos, chamados, cavalos sendo selados às pressas. Os cães farejadores, que nunca falhavam, dessa vez... nada. Nem rastro. Nem cheiro. Nem sinal.
Era como se Rafaella tivesse desaparecido no ar.
Dália, de avental, o rosto pálido e aflito, segurava um terço apertado nas mãos, rezando baixinho, enquanto organizava as mulheres da casa.
— Procura nos fundos! Na trilha do açude, vai! — gritou, apontando.
Rebeca, completamente fora de si, batia a porta do escritório onde Bruno estava com José Ricardo.
— Isso é culpa sua! — grita olhando direto nos olhos dele — Culpa sua e da sua amantezinha nojenta! Isso aqui não ia acontecer se você fosse homem, Bruno! HOMEM!
Bruno, destruído, não consegue nem responder. Está pálido, suando frio, com o olhar perdido.
José Ricardo segura Rebeca pelo braço, com firmeza, mas com delicadeza.
— Calma, Rebeca. Vamos achar ela. E eu... eu nã