O som dos pneus na entrada da fazenda corta o silêncio tenso.
José Ricardo desce do carro batendo a porta com força.
Entra na sala, com aquele jeito debochado, sarcástico, porém carregado de razão.
— Te avisei, né? — ele fala, cruzando os braços. — Te avisei, irmão... Mas você sempre foi cabeça dura. Agora me arranca de São Paulo por causa das suas cagadas... — balança a cabeça com desdém — E ainda quer bancar o irmão mais velho, o chefe, o dono da razão.
Bruno aperta os olhos, range os dentes.
— Você veio ajudar... ou piorar, José Ricardo?! — rosna, voz rouca, saindo como um trovão.
José dá uma risada curta, amarga.
— Se fosse eu no lugar da Rafaella... — ele crava, se aproximando, encarando Bruno nos olhos — eu tinha dado veneno pra você... e pra sua amantezinha de rodízio! — olhou Izadora dos pés à cabeça com desprezo. — Isso se o veneno fizesse efeito... porque, sinceramente, com a carcaça que vocês têm... até a morte deve ter nojo.
Silêncio. Um segundo de silêncio que parece uma