O quarto está escuro. Rafaella deitada, fingindo dormir, com o coração disparado. Lá embaixo, a movimentação não para. Risadas. Vozes abafadas.
E então... ela escuta.
Passos. A porta de um dos quartos sendo fechada. Sussurros... risadas abafadas... e então:
— Bruno... me promete... me promete que depois... depois que essa criança nascer... somos só nós dois... — Izadora sussurra.
E a voz dele, abafada, mas firme:
— É só até o bebê nascer... depois disso... isso tudo... — ele respira pesado — volta ao normal. Você sabe.
Rafaella sente um nó na garganta. As lágrimas descem sem controle. Ela aperta os olhos, segura a barriga com as mãos trêmulas.
Lá fora, o som dos beijos, das promessas sujas, do jogo cruel que ela foi obrigada a participar.
Abre a porta devagar. Olha Rafaella na cama, deitada de lado, de costas pra ele. Ele para por alguns segundos, observa. Suspira.
— Rafa... — murmura, quase sem voz.
Mas ela não responde. Finge dormir. O corpo tenso, as mãos apertadas contra o travess