Rafaella, aninhada nos braços de Bruno, que a envolviam com uma intensidade diferente — como se não quisesse deixá-la escapar —, quebrou o silêncio com a voz serena, mas decidida:
— “Bruno… eu não me arrependo de hoje.”
Ele, que acariciava os cabelos dela com a ponta dos dedos, parou o movimento e a olhou nos olhos, atento.
— “Mas?” — perguntou, mesmo sem querer ouvir o que viria a seguir.
Rafaella respirou fundo e apoiou a mão no peito dele, sentindo o coração ainda acelerado.
— “Mas depois que eu provar minha inocência… eu vou entregar meu cargo de delegada. E vou embora com Santiago.”
As palavras caíram como facas suaves, cortando o silêncio. Bruno franziu o cenho, os olhos fixos nela, tentando entender.
— “Vai embora? Pra onde?”
— “Para a fazenda do café. Perto de Andradina… perto da sua fazenda.”
O peito de Bruno se apertou. Cada palavra dela soava como uma despedida definitiva. Ele tentou falar, mas ela continuou:
— “Não vai mais haver nós, Bruno.” — disse com doçura e firmeza.