Rafaella agora sabia. Medo não era mais uma opção — não o medo que paralisa. Ela o substituíra por cautela e astúcia. Cada gesto dela era milimetricamente calculado. Sabia que Bruno a vigiava com os olhos, os ouvidos e a presença sufocante. Mas ela também sabia que ele não esperava ser desafiado onde se julgava invencível: na cama, na rotina, na obediência silenciosa.
Nos dias seguintes ao seu retorno, Rafaella seguiu todas as regras. Era pontual na faculdade, mantinha o tom respeitoso com os funcionários, e evitava qualquer demonstração de rebeldia. Mas por trás do silêncio, crescia algo novo.
Ela testava os olhos do guarda-costas, deixava pequenas falhas em sua rotina de propósito — demorava cinco minutos a mais na biblioteca, fingia esquecer o celular na sala dos professores e voltava sozinha até o carro. Só para ver o que Bruno faria.
E ele fazia.
Na manhã seguinte a cada deslize, encontrava um bilhete sobre a penteadeira: "Discrição. Estou vendo tudo." Assinado por ninguém.
Mas e