Bruno estava inquieto. Depois daquela noite em que Rafaella o encarou de igual para igual, algo dentro dele começou a ranger como engrenagem enferrujada. A frieza que sempre o acompanhara agora parecia frágil diante da maneira como ela o olhava — como se enxergasse através dele, como se não tivesse mais medo.
E isso o enfurecia.
Ele precisava recuperar o controle.
Nos dias que se seguiram, Bruno tornou-se mais exigente. Impôs novos horários. Proibiu o uso do celular fora de casa. Mandou instalar câmeras em mais áreas da propriedade — algumas visíveis, outras escondidas. Ele a queria sob vigilância constante.
— Essa fase de liberdade acabou — murmurou para ela numa manhã, ao tomarem café frente a frente. — Você é uma Santos. Deve se portar como tal.
Rafaella não reagiu. Tomou mais um gole de café, olhou-o nos olhos e apenas assentiu com um leve sorriso. Aquilo o desconcertou mais do que qualquer grito.
Mas naquele mesmo dia, ao chegar da faculdade, Rafaella encontrou a sala de estar il