O carro preto parou diante da entrada lateral do Conservatório. Não havia escolta. Apenas Narelle, envolta num sobretudo cor de sangue seco, atravessando os portões com a firmeza de quem um dia governou impérios com um único olhar.
Foi recebida por Lian, visivelmente cansada.
— Ele está diferente — disse a monitora, quase em sussurro, como quem entrega um segredo de guerra. — Mais calmo. Não tenta morder ninguém há três dias. Nem falou com os espelhos.
Narelle arqueou uma sobrancelha.
— Isso é bom… ou preocupante?
— Depende — respondeu Lian. — Ele parece... aliviado. Como se tivesse desfeito um nó que ninguém viu ser feito.
Subiram até os dormitórios em silêncio. Narelle carregava nas mãos uma flor pequena, sem perfume, mas de cor azul densa — a mesma que Luxor usava para desenhar no chão. Era coincidência demais.
Quando entraram no quarto, encontraram Luxor sentado à beira da cama, penteando os próprios cabelos com uma calma que não combinava com seus olhos eternamente atentos. A m