A floresta guardava segredos antigos naquela noite. O rio corria devagar, como se quisesse ouvir. A lua, cheia e alta, jogava prata sobre as pedras. E entre as árvores, Luxor caminhava.
Tiza o esperava à beira d’água. Descalça. Os cabelos soltos, escorrendo como raízes escuras. O corpo imóvel, mas atento. Sempre atento.
Luxor não disse nada quando chegou. Apenas se aproximou e parou diante dela, o peito nu ainda marcado pelo dia — arranhões leves, poeira, cheiro de terra e suor.
Ela o olhou.
— Mais um dia de máscaras e contratos? — perguntou, sem ironia.
— Mais um dia entre sombras com rosto humano — respondeu ele.
Um silêncio grosso caiu entre eles. Mas não era desconforto. Era linguagem. Eles se entendiam mais com os olhos do que com as palavras.
Luxor encostou a mão na cintura dela. Foi um gesto calmo, firme, sem hesitação. E Tiza não recuou.
— Você precisa disso? — ela murmurou.
— Preciso de você — respondeu ele. Sem floreios. Sem rodeios.
Então ela assentiu, como quem permite que