O Conservatório dormia em silêncio quase absoluto. Lá fora, as árvores se envergavam com o vento noturno, mas ali dentro os corredores eram frios, estáticos — como se a respiração dos antigos ainda ecoasse nas pedras.
Luxor estava acordado.
Sentado em sua cama, observava o espelho da parede oposta com atenção inquietante. Não parecia com medo. Apenas... desperto demais. A marca em sua nuca brilhava em pulsações fracas, como uma lâmpada que tenta permanecer acesa num templo esquecido.
No saguão inferior, Cecília aguardava. Dizia estar ali a pedido dos conselhos, para uma “visita de cortesia”. Mas os sensores do Conservatório registraram sua entrada como “anômala”. As runas antigas reagiram ao seu toque. E o espelho do hall tremeu.
Lian, a monitora responsável, hesitou antes de levá-la até os dormitórios.
— Ele não gosta de visitas — avisou. — Principalmente de estranhos.
— Crianças costumam reagir ao que não compreendem — respondeu Cecília, com um sorriso gentil demais. — É natural. Mas