RENZO ALTIERI
Caminhei até a mesa de bebidas, cada passo ecoando no silêncio pesado do escritório. Peguei um copo e me servi de whisky, o líquido escuro desceu queimando a garganta enquanto eu engolia sem pressa. Fechei os olhos por um instante e as imagens me assaltaram: mimha esposa, desesperada, segurando o corpo inerte de Dante nos braços, seu choro rasgando meu peito, minha impotência esmagando minha alma. Eu nunca havia sentido algo assim antes.
— Eu nunca fiquei tão impotente em toda a minha vida como fiquei vendo meu filho sem vida e minha esposa sofrendo. — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro, mas carregada de toda a raiva e dor acumuladas. Peguei o copo novamente e tomei outro gole, sentindo o álcool aquecer minhas veias, me dando uma calma tensa, quase perigosa.
— Sabe o que eu fiz com os dois últimos russos? — falei, em russo, cada palavra pesada, cada sílaba impregnada de ameaça e experiência.
Me virei, o copo na mão, e caminhei até ele. Cada passo era firme, seguro,