RENZO ALTIERI
O Bentley cruza os portões da propriedade da mansão Altieri e, mesmo antes de parar, eu já sinto o peso do cansaço me atingir. Não era cansaço físico. Era aquele outro… aquele que carrega o nome da mulher que eu amo.
De longe, vejo a mansão, iluminada como sempre, impecável. Mas é o aglomerado de soldados no gramado que me faz franzir o cenho. Meus homens não se movem daquele jeito por nada.
Levo o dedo ao ponto no ouvido.
— O que está acontecendo, Marvin?
Minha voz sai rouca, carregada de tensão. O silêncio antes da resposta me irrita.
— A senhora Altieri está no gramado, senhor. — responde a IA com a precisão de sempre.
Solto um suspiro. Pelo menos todos ali sabiam que a prioridade número um nesta casa — nesta vida — é a minha esposa. Olho para minhas mãos enluvadas e me certifico de que limpei direito. O sangue que derramei hoje por ela… não quero que encoste nela nem em pensamento.
Assim que Marino estaciona, abro a porta e saio. O vento frio da noite atravessa o te