TARYN
Três dias.
Três dias em que meu mundo permaneceu reduzido a quatro paredes úmidas.
Ninguém veio me ver.
Os guardas só apareciam para empurrar comida pela portinhola, surpreendentemente boa para uma prisioneira. Ensopado, aveia quente, pão fresco. Irônico, quando eu estava quase enlouquecendo com o silêncio.
Ninguém falava comigo além de um “aí está” ou “afaste-se da porta”.
Mas o pior não eram os dias.
As noites…
As noites eram um tormento.
Sempre que o breu dominava a cela, eu sentia.
Sentia olhos em mim.
Sentia como se algo, alguém, me observasse da escuridão.
E, toda vez que eu abria os olhos de súbito, o coração disparado, não havia nada ali além da sombra ondulando contra a parede.
Talvez fosse imaginação.
Ou talvez eu estivesse enlouquecendo.
Encolhi-me no canto mais uma vez naquela tarde, segurando a tigela de ensopado de cervo.
O cheiro era forte, e minha boca salivava, mas meu coração… meu coração estava esmagado por perguntas que não me deixavam respirar.
Como meu pai