Entre Linhas e Sombras
O dia seguinte amanheceu com nuvens carregadas e uma brisa inquieta que parecia sussurrar segredos antigos entre as árvores.
Na clínica, o clima estava mais denso que o habitual. O silêncio entre os funcionários se confundia com olhares furtivos.
Algo estava mudando, e todos pareciam sentir, mesmo sem saber exatamente o quê.
Ava chegou cedo. Na recepção, organizava os prontuários com mais vigor do que o necessário.
Tentava esconder a ansiedade, mas seus dedos tremiam quando manuseava papéis.
Havia algo no ar que a deixava em alerta.
— Dormiu bem? Helena perguntou, chegando com uma xícara de chá de erva-doce.
— Dormi... Mas acordei várias vezes com uma sensação estranha, como se alguém me observasse. Ava respondeu.
— Não é só sensação. Disse Helena, baixando a voz.
— Francine me perguntou ontem se você já tinha dado entrada no pré-natal formal.
—O jeito dela não era preocupação. Era controle!
—Ava assentiu. Estava cansada daquele jogo sutil, das palavras