Capítulo 17 – Labirintos de Intenções
A manhã chegou com uma névoa tênue sobre a cidade, como se até o céu hesitasse em revelar completamente o dia. Ava acordou com os primeiros raios filtrando pelas cortinas e uma sensação de calma incomum.
O bebê parecia estar em paz dentro dela, e, pela primeira vez em muitos dias, não havia enjoo, nem ansiedade.
Apenas o som distante dos pássaros e o cheiro de café vindo da cozinha.
Na mesa do café, Matilde lhe entregou uma pasta simples, com documentos que Ava havia esquecido de revisar.
— São apenas cadastros de pacientes antigos que você tinha trazido para organizar.
Ava folheou mecanicamente os papéis enquanto mastigava um pedaço de pão.
Mas algo num nome chamou sua atenção:
Ana Lívia Bastos. Uma paciente que, segundo o registro, fizera um pré-natal supervisionado por Francine, mas cujo desfecho indicava complicações não justificadas.
O prontuário tinha anotações rasuradas e um carimbo repetido mais de uma vez.
— Isso está estranho. Mur