A Esperança Tem Nome
O segundo dia começou com o sol se filtrando pelas cortinas finas da casa de Matilde, tingindo tudo de dourado. Ava estava sentada à mesa da cozinha, uma xícara de chá nas mãos, o olhar perdido nas folhas dançando lá fora.
Matilde se aproximou com um pão recém-saído do forno e passou-lhe manteiga com delicadeza, como quem desenha uma lembrança.
— Dormiu bem? Perguntou, puxando uma cadeira.
— Sim. E sonhei com o bebê. Disse Ava, sorrindo.
— Ele tinha meus olhos, tia. E o seu sorriso.
Matilde tocou a mão da sobrinha. Era um gesto simples, mas que dizia tudo:
Estou aqui, você não está sozinha.
— Esse bebê vai te mostrar o que o amor sem dor significa. Ela disse, com a voz embargada.
— E você está se tornando a mulher que sempre mereceu ser.
Na clínica, Ava já se movia com mais segurança. Aprendeu o nome das pacientes, seus hábitos, suas histórias.
E, com cada novo rosto, um pequeno pedaço dela também se curava. As grávidas passavam por ali carregando mais do que