Quando a Justiça Fala
Dois dias depois, a cidade amanheceu mais fria que o habitual.
A névoa cobria os telhados e pairava nas ruas como um véu que esperava para ser retirado.
Caleb acordou cedo, o coração batendo num compasso nervoso.
Era o dia da sentença.
Ele caminhou até o quarto de Lucas.
O menino dormia enroscado no edredom, com a pelúcia de Sofia entre os braços.
Caleb se permitiu observar o filho por um longo momento.
A criança que, mesmo sem entender tudo, havia sido o fio condutor da verdade.
Ava apareceu à porta com duas canecas fumegantes.
— Achei que precisaria disso. Disse, oferecendo-lhe o café.
— Preciso de mais do que isso. Respondeu Caleb, com um sorriso tímido.
— Preciso de fé.
— E você tem. Mais do que imagina.
Tomaram o café em silêncio.
Depois se prepararam e partiram juntos para o fórum.
Helena e Matilde ficaram em casa com Lucas, que, antes de vê-los sair, entregou a Caleb um novo desenho:
Três corações entrelaçados.
O fórum estava novamente lotado.
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