O Julgamento dos Silêncios
A sala do tribunal estava lotada.
Jornalistas, ex-colegas de profissão, pacientes antigos da clínica todos sentados em fileiras apertadas, observando o desenrolar de um julgamento que escancarava não só os crimes de uma médica renomada, mas também os escombros de uma família desfeita pela dor.
Francine entrou com os olhos baixos, o rosto pálido e um rastro de silêncio atrás de si. Já não havia arrogância em seus passos.
Usava um tailleur cinza, sóbrio, tentando manter a compostura. Mas por dentro, tremia.
Do outro lado, Caleb assistia em silêncio.
Seus dedos entrelaçados sobre o colo tremiam discretamente.
Ava, ao seu lado, mantinha a mão repousada sobre a dele, firme.
Helena estava duas fileiras atrás, junto de Matilde e Lucas, que rabiscava em silêncio com um lápis azul-marinho, como se sentisse o peso daquele momento mesmo sem entender tudo.
O juiz anunciou a abertura da audiência.
O promotor apresentou os laudos, gravações e documentos. A voz dele