Ela é filha de uma detetive, estudante e bailarina. Ele, um fora da lei. Bastou apenas um baile em uma comunidade para que Ruan, mais conhecido como playboy, ficasse completamente obcecado por Lis. Mas, o maior desafio vai ser continuar um relacionamento às escondidas sem que a mãe de Lis descubra.
Ler maisLIS
O som alto do baile ecoa por toda a rua enquanto subo, não há uma vez que eu suba aqui que não me arrependa depois, mas o que eu não faço por Kaylanne se sentir feliz, não tá escrito.— Ele não vai ficar sabendo de nada, fica tranquila mona. Que medo é esse? — ela pergunta com a maior cara de sonsa do mundo, andando ao meu lado.— Vitor nem sonha que estou aqui, se ele contar pra minha mãe, estou fudida. — ela cutuca meu ombro quando duas motos passam, eu desvio o olhar para o segundo, mas ele me encara de uma tal forma, que eu trato logo de virar o rosto — tu viu aquele fuzil? Bobear é mais alto que eu, pelo amor de Deus, Kaylanne.— Eu nunca vi uma bicha tão medrosa quanto tu, relaxa. — ela troca a mochila de ombro, enquanto o homem não para de me encarar — O que tu disse pra sua mãe?— Falei que vinha estudar, então nada de fotinha e nem storie. — estalo a língua no céu da boca, a noite vai ser longa, é isso não é nem o começo.Eu quebro a esquina da casa de Kaylanne com ela, tentando lembrar o que foi que ela me disse para me convencer a ir ao baile com ela, eu namoro, tenho pais super protetor, meu Deus. Parece que o errado sempre me chama e eu estou aqui, mais uma vez.— Se Vitor...— Aí, Lis! — ela me interrompe — para de falar nesse menino chato!— Um dia quero que me conte por que odeia meu namorado! — cruzo os braços na altura do peito, ouvindo os roncos das motos que passam por nós, sempre nós encarando.— Compartilhamos do mesmo sentimento, ele não gosta de mim e eu menos ainda dele, simples. — ela me olha debochada e sorri.— Ele nunca disse que não gostava de você.— Porque ele é um sonso, pelo amor de Deus Lis, ele chupa seu peitinho quando te beija?— Kaylanne!— Ah, me erra. Com aquela cara de sonso que ele tem, deve nem saber te beijar. — ela destranca o portão da casa grintando pela mãe — termina com ele logo, você nem gosta dele.— Eu gosto sim! — afirmo.— Gosta, igual eu gosto de estudar. Só vou por que sou obrigada, mesma coisa esse teu namoro aí. — ela puxa meu braço como se eu fosse uma boneca de pano — vem, quero te deixar toda bonitinha pra ir curtir um baile.Kaylanne é o tipo de pessoa que sempre diz, doa em quem doer, desde que não doa nela, tudo de boa, sem papas na língua, soltando tudo que quer falar sem se importar, e eu gosto disso nela, apesar de tudo.Estamos no último ano do ensino médio, apesar de eu ter a conhecido no ano passado, nossa amizade é como se fosse de muitos anos atrás, aquela verdadeira conexão que ninguém é capaz de romper.Estudamos pela manhã, a tarde faço balé e a noite, ela vive tentando me arrastar para toda e qualquer festa que rola onde ela mora.Eu moro no asfalto, mas não, não sou rica ou coisa assim, temos uma condição de vida razoável, mas dizer que eu amaria morar aqui pela comunidade, seria cômico demais, minha mãe surtaria só de imaginar ou pensar em morar aqui.Ela ama a Kaylanne, mas odeia que eu venha aqui, então sempre tenho que tá arrumando alguma desculpa, ou quando ela tem que viajar e passar alguns dias foras, e eu tenho que comprar meu irmão de 19 anos para não me dedurar para ela, por que tá pra nascer um homem mais fofoqueiro que ele.Já meu pai, mora em Pernambuco com minha querida e amada madrasta e seu time de futebol de filhos, que eu nem sequer conheço, são meus irmãos também, mas eu nunca nem falei com eles.A boa notícia é que eu não tenho um padrasto, por que ouvir uma mulher que mora lá no quinto dos inferno se metendo na minha vida como se fosse minha mãe, já é demais. E ter uma macho dentro de casa achando que é meu pai, eu surtaria, já não basta meu irmão achar que é meu guarda-costas pessoal.Já o Vitor, ele tem 18 anos, namoramos desde meus 15 anos. Mas cassete, ele é o tipo nerdzinho que só vive em função do computador, que falta pouco pedir aquela merda em casamento, se não fosse por mim em sua vida.Já minha amiga, colocaria ele em foguete pra lua, sem volta, se fosse possível. Os dois não se bicam, ou melhor, ela não bica com ele, por que ele nem percebe o quanto ela o odeia. E eu, finjo demência na mesma intensidade dele.— Mãe, a Lis vai dormir aqui. — Kaylanne avisa aos gritos, tão escandalosa — vamos ao baile.— Oi, Lis! — ouço ela gritar lá do quarto.— Oi, tia. Tudo bem? — respondo.— Estou bem, meu amor. Fique a vontade!— Obrigada!Eu entro no quarto de Kaylanne, vendo a bagunça de roupa em cima de sua cama, sabendo que ela tentaria de qualquer forma me enviar dentro desses seus minúsculos shortinhos, que ela sempre usa.Dito e feito, ele j**a um short em meu colo e eu pego aquele pedaço de pano negando com a cabeça.— Eu não vou usar isso!— Vai sim! — ela roda o quarto vindo em minha direção com um croped, que se eu levantar os braços, meus peitos pulam pra fora — colocar essa raba pra jogo, só volto pra casa quando amanhecer.— Você quer que eu vá pelada, é isso? — pergunto e ela me olha com a maior cara de sonsa.— Sim!LisMinha mãe chegou antes de playboy, e quando vi seu carro se aproximar estremeci. Ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo, poderia? E por que ela voltaria aqui, afinal?— Lis! — ergui a cabeça como resposta e ela fez outro sinal para mim — entra no carro. Não sai do lugar, permaneci sentada como se ela tivesse falando sozinha. Minha mãe não é uma mulher com a paciência do tamanho do mundo, podia dizer que ela não tinha nem 10%. Saiu do carro me fuzilando com os olhos, analisei sua expressão quase me tremendo for fora, até seu rosto ficar muito próximo ao meu. — Devo te lembrar que você é menor de idade? Que quem manda em você sou eu? — estremi, não respondi nada e ela inclinou a cabeça para o lado — o que acha que vai acontecer com seu príncipe encantado quando o cúpula souber que ele se envolve com menor de idade? Por que até pra ser traficante, Lis, ele precisa ter dignidade. E parece que isso é algo que ele nunca conheceu. Você mentiu para todos que tinha 18 anos,
PlayboySenti o sangue escorrer no meu nariz e minhas vistas escurecer, tudo rápido demais, cambaleei pra trás e sacudi a cabeça afim de aliviar a tontura quando vi a mira de uma arma sendo apontada para minha cara. Soquei o nariz do filho que caiu disparando e acertando no teto, meu celular foi com tudo no chão virando mil caquinhos. Ele tentou levantar, mas fui mais rápido em acertar o queixo dele quase fazendo ele desmaiar. — Filho da puta — agarrei o pescoço dele com força, enquanto ele debatia embaixo de mim — atrapalhou meu papo com a minha princesa!— Tem que morrer, desgraça, pedófilo de merda!— Pedófilo é meu pau, seu cuzao — ele sorriu, mas o sorriso se desfez quando desferi outro soco em sua boca fazendo um dente voar — cadê, aquela puta da Helo fez uma lavagem cerebral em vocês também? Mandou entrar na minha casa pra me matar por que ela peita de longe, mas não tem coragem de dar a cara pra bater aqui?— São os teus mesmo que facilitou pra gente entrar — falou cuspindo
Capítulo 22Sempre quis aprender a atirar, assistia filmes e documentários policiais e ficava encantada. Queria seguir ao menos a mesma profissão da minha mãe um dia, mas quando olho para trás e vejo que fiz coisas que nunca tive vontade, entendo o que playboy me disse, ela me manipulava, fazia com que eu escolhesse coisas que ela sempre teve vontade um dia, mas não teve oportunidade, então moldava a vida que queria ter tido, na minha. Acordei mais cedo que o normal, playboy já não estava em casa e por um benção do destino, minha mãe havia mandado uma mensagem avisando que tinha me matriculado de novo na escola, e por que eu tenha escolhido ficar no morro, ela não queria que eu perdesse os estudo, mas quando a esmola é demais, o santo desconfia. Pude ver ela de longe, uniformizada e com uma postura impecável de delegada dedicada que ela é. Tenho orgulho da minha mãe, criou a mim e meu irmão com muita garra, mas se mostrou muito diferente quando fui contra as coisas que ela sempre im
Capítulo 21Meu coração bate acelerado desde a hora que cheguei no rio. Não sei qual vai ser a reação da minha mãe quando ela descobrir que eu vim parar aqui de novo, sem autorização dela. Mas, mesmo assim, eu não conseguiria passar nem mais um dia lá.Meu celular toca no número da minha mãe e meu corpo congela na mesma hora. Atendo com as mãos trêmulas, e nem preciso colocar no ouvido antes de ouvir ela gritar do outro lado. Helo: você escolheu o caminho errado, Lis. Vai se arrepender por isso. — ouço seu tom de ameaça. Lis: Mãe… Helo: Sempre teve de tudo, porque fez isso? Escolheu esse caminho quando já tinha todo seu destino traçado?Lis: Por que eu cansei de ser só uma marionete nas suas mãos, mãe. Cansei! — solto tudo que estava preso dentro de mim — você tinha uma filha perfeita, sempre obediente e leal a você. Fazia balé pra te agradar e eu nunca gostei de balé, a senhora sabe disso. Tiro notas boas na escola, tinha o namorado perfeito que você arranjou para mim. E eu comet
PlayboyLis não teve outra escolha a não ser vim para o rio comigo, e seria fácil demais quando ela realmente não queria ficar lá. Minha Cinderela dorme ao meu lado dentro do avião. É noite, e eu queria pra caralho que estivéssemos em casa, por que é lá que ela vai ficar nos próximos dias. Já sei que nesse momento, a mãe dela tá sabendo que ele veio embora, mas não com quem, porém deve presumir. — Quero ir no banheiro — Lis fala com a voz de sono, sem nem abrir os olhos — playboy?— Vou levar tu lá, levanta aí!O corredor do avião escuro e geral dormindo, Lis levanta quase sonolenta cambaleando na minha frente. No final do corredor, o banheiro. Ela para, me encara e bufa. — Pode me esperar aqui fora, não precisa entrar comigo — cruzo os braços e sorrio pra ela — tô falando sério. — Então vai. Tô te esperando aqui fora!Ela mal demorou dois minutos lá dentro, saiu me encarando quando eu empurrei ela dentro do banheiro de novo. — O que tá fazendo? — não respondo, puxo seu braço pr
Eu olho pra ele incrédula, sem saber se estou acordada ou dormindo sonhando, por que essa é a única explicação lógica. — O que tá fazendo aqui? — me levanto do sofá em impulso, ficando de frente pra ele que sorri — você é maluco? Só pode!— É assim que recebe as visitas, Cinderela?— Você não é visita. Vou te perguntar de novo… — inclino o rosto dessa vez, playboy é muito alto e eu quero olhar dentro dos olhos dele — o que está fazendo aqui? Você pegou a porra de um helicóptero pra vim até aqui?— Não foi assim… — ele me ignora passando por mim e senta no sofá cruzando as pernas, como se tivesse em casa — eu vim de avião, com uns amigos. Acontece que o rastreador me jogou dentro de um matagal e eu não levei fé. — Que rastreador? — pergunto. — O que implantei dentro da tua mala quando te encontrei no aeroporto — ele fala sorrindo, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo — então, tive que alugar um helicóptero pra chegar aqui, tu sabe, sem levantar muitas suspeitas. — Pera
Último capítulo