Paris parecia menos encantadora naquela noite.
Jinx havia passado o dia todo com uma sensação incômoda no estômago. Não era cansaço, nem fome, era aquela inquietação difícil de nomear, que só aparece quando o coração insiste que algo não está certo.
Desde a última ligação com Noah, as coisas ficaram claras. A alegria dele estava lá, sim, mas era uma alegria mais performática, mais apressada. Como se dissesse o que ela queria ouvir. E Eduardo… Eduardo estava desaparecendo aos poucos. Mesmo quando aparecia nas chamadas, era como se estivesse distante, imerso em pensamentos que ele não queria compartilhar.
Jinx não aguentava mais o silêncio dele.
Naquela noite, resolveu ligar de surpresa.
Eduardo atendeu com o rosto mal iluminado, deitado no sofá da sala com a testa franzida. A TV estava ligada, mas no mudo.
— Oi. — disse ela, com um sorriso pequeno.
— Oi.
— Tudo bem?
— Tudo. — respondeu ele, automático.
Jinx mordeu o lábio, decidida.
— Não está, Eduardo. Eu conheço esse seu “tudo”.
Ele