Quando nossos mundos colidem

Quando nossos mundos colidemPT

Romance
Última actualización: 2025-05-31
L. A. Ramos  En proceso
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Resumen
Índice

Jade Deschamps trocou os holofotes da cidade grande pela paz de um refúgio ecológico no interior do Canadá, onde dedica sua vida a cuidar de animais resgatados — e a manter distância de qualquer tipo de amor. Depois de um passado marcado por um relacionamento conturbado, ela aprendeu a se proteger. Mas tudo muda com a chegada de Luke Bennett, um ator mundialmente famoso que, entre visitas discretas ao refúgio, começa a despertar sentimentos que Jade preferia manter enterrados. Justo quando ela pensa estar pronta para se abrir novamente, o destino lhe apresenta Pedro, um ator latino de sorriso gentil e alma intensa, que a faz questionar tudo o que sente. Dividida entre memórias que ainda doem, desejos que reacendem e possibilidades que assustam, Jade precisará escolher: fugir mais uma vez… ou arriscar o coração. O passado deixou marcas, o presente confunde, e o futuro… pode ser a chance de recomeçar.

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Capítulo 1

Entre Gaiolas e Flashes

Ela estava acostumada ao cheiro de terra molhada, ao som dos pássaros e ao farfalhar das árvores ao vento. O silêncio vivo do refúgio era seu habitat, não corredores encerados, arranjos florais artificiais e vozes apressadas. Mas ali estava ela, atravessando o saguão de um hotel cinco estrelas, com o uniforme simples e o olhar sereno, ignorando o contraste gritante entre o seu mundo e aquele ambiente perfumado e reluzente.

O caos tomava conta do jardim de inverno do luxuoso hotel La Mer. O espaço, normalmente calmo e elegante, agora era um turbilhão: gritos nervosos, celulares em riste, olhares ansiosos. A árvore no centro, que costumava ser um símbolo de serenidade, agora emoldurava a cena de pânico. Um pequeno macaco, preso nas alturas, observava tudo com os olhos arregalados e os pelos eriçados, sua fúria crescendo a cada movimento brusco ao redor.

A equipe do hotel corria de um lado para o outro, visivelmente perdida. O gerente, pálido e suando, tentava manter alguma aparência de controle, mas seus olhos traíam o desespero. Ele se aproximou de um dos recepcionistas, falando baixo:

— Um macaco invadiu o jardim. Está agressivo, ninguém consegue tirá-lo de lá. Chamamos um pessoal de um refúgio aqui perto...

Ele foi interrompido pelo som da porta se abrindo. Todos os olhares se voltaram. Ela entrou sem alarde. Seu uniforme bege contrastava com a sofisticação do lugar, mas havia algo nela — na postura firme, no andar seguro, nos olhos calmos — que dominava o espaço com um tipo silencioso de autoridade.

O gerente se adiantou, tropeçando nas palavras:

— A senhorita... você é a especialista? O macaco está ali — apontou, aflito. — Ele parece assustado... ou bravo. Já tentou morder um hóspede.

Ela apenas assentiu com a cabeça, sem dizer uma palavra, e desviou o olhar para o jardim de inverno. Não se apressou. Não demonstrou surpresa. Apenas analisou o ambiente com atenção, como se tivesse todo o tempo do mundo.

Do outro lado do saguão, sentado com uma xícara de café esquecida nas mãos, Luke observava em silêncio.

Luke Bennett era um nome conhecido nos quatro cantos do mundo — o astro principal de uma franquia de ação premiada, rosto de campanhas internacionais, habituado a tapetes vermelhos e entrevistas ao vivo. Apesar da fama, ele parecia à vontade ali, com os cabelos castanhos levemente bagunçados, a barba por fazer e os olhos azul-acinzentados escondidos sob um boné simples. Vestia jeans escuros, tênis brancos e uma jaqueta de couro preta que realçava os ombros largos — nada que chamasse atenção demais, exceto pela postura naturalmente elegante de quem está acostumado a ser observado.

Ele estava ali por acaso, esperando sua equipe terminar uma reunião de logística sobre a divulgação de seu novo filme. O caos tinha chamado sua atenção, mas foi ela que prendeu seu olhar. A forma como ela andava, como não parecia afetada pelo pânico ao redor. Uma estranha serenidade que contrastava com o resto do ambiente.

Enquanto os funcionários cochichavam entre si, ela atravessou o corredor em direção ao jardim. Um dos seguranças tentou acompanhá-la.

— Senhorita, é perigoso — alertou ele.

Ela apenas o encarou, por um segundo, com um olhar tão firme que o homem parou no lugar. Não houve palavras, apenas presença. Depois, ela seguiu em frente, parando a poucos metros do animal.

O macaco grunhiu alto, como se avisasse que não queria companhia. Seus dentes estavam à mostra, os pelos eriçados. Um de seus colegas do refúgio tentou se aproximar pela lateral, mas foi rechaçado com um salto agressivo do bicho.

Sem dizer nada, ela se afastou. Por um momento, todos pareceram confusos. Foi até uma das bancadas próximas e comprou uma banana com o mesmo ritmo calmo. Nenhuma pressa, nenhum drama. Apenas a paciência de quem entende o tempo dos bichos.

Sentou-se no chão de azulejo frio, bem à vista, mas sem impor sua presença. Começou a descascar a banana com lentidão. O barulho suave da casca se soltando e o aroma doce da fruta se espalharam pelo ar abafado. O tempo pareceu desacelerar.

Luke estava hipnotizado. Ele sequer percebeu que a xícara em suas mãos ainda estava cheia. A mulher diante dele era diferente de qualquer pessoa que já tivesse visto. Ela não tentou controlar a situação. Apenas se entregou ao momento, como se soubesse que era ali, na calma, que morava a resposta.

Três minutos se passaram. O macaco começou a se acalmar. Seus olhos se fixaram nela. Curioso, deu um passo. Depois outro. Lentamente, desceu da árvore. O silêncio era absoluto.

Ela continuou imóvel, nem sequer olhou para ele. Quando o animal finalmente se aproximou, ela estendeu a fruta. Ele pegou, hesitante. E, depois, como se algo dentro dele tivesse se soltado, subiu no colo dela e começou a comer, tranquilo. Sem ameaças. Sem pânico.

A equipe do hotel prendeu a respiração. Um dos hóspedes deixou cair o celular no chão. Um garçom deixou escapar um suspiro.

Quando a pequena gaiola chegou, ela o acomodou com delicadeza, como se embalasse um bebê. Levantou-se com calma. O silêncio ainda reinava.

Antes de sair, voltou-se para o grupo atônito e disse:

— Alguns problemas se resolvem da maneira mais simples.

Um leve sorriso curvou seus lábios. Não era para se exibir. Era só... ela sendo ela. E naquele instante, os olhos dela se cruzaram com os de Luke. Um segundo apenas. Mas para ele, foi como se o tempo parasse.

Ela se virou e caminhou para fora, desaparecendo entre as pessoas.

Luke permaneceu ali, imóvel. Ainda tentando entender o que, exatamente, tinha acontecido. Não com o macaco. Com ela. Com o modo como, por alguns minutos, o mundo todo pareceu se reorganizar ao redor da presença silenciosa daquela mulher.

O que ele não sabia — ainda — era que aquele instante seria o primeiro de muitos.

O ponto de partida de algo que ele não poderia controlar com contratos ou câmeras, algo que escapava dos roteiros e dos holofotes.

E o mais curioso?
Ela não fazia ideia de quem ele era.

Talvez fosse isso que mais o intrigava.

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